by Rodrigo PiotoWill Carcará Garagem
Will Araújo: Hobbista e Produtor de Conteúdo nos canais: Youtube Oficina Carcará Garagem e Instagram @carcaragaragem
Como grande parte dos hobistas, iniciei as minhas atividades do Faça Você Mesmo tendo pouquíssimas ferramentas e sem um espaço adequado. Mas, para minha alegria, em setembro de 2013, consegui o espaço onde hoje funciona a Oficina Carcará Garagem e logo senti a necessidade de ter mais ferramentas. Como não tinha orçamento para comprar novas ferramentas, comecei a me interessar pela construção de ferramentas caseiras para que eu pudesse realizar os meus projetos de hobbista.
Então, antes de falar propriamente nas ferramentas, cabe aqui uma explicação sobre o que é ser Hobbista. O Hobbista é uma pessoa que se dedica com afinco a uma determinada atividade por lazer ou satisfação pessoal e que, na maioria das vezes, também tem nesta atividade um estilo de vida. Uma vez que o hobbista faz a sua atividade de forma não comercial e sim por satisfação, é comum que eles se esforcem e dediquem tempo e recursos financeiros para aprender e alcançar bons resultados. Assim, fui pesquisar sobre o que eu poderia fazer na minha oficina, levando em consideração as minhas necessidades e capacidades.
A minha primeira descoberta, quando comecei a pesquisar sobre ferramentas caseiras, é que existem pelo menos três tipos diferentes: JIGs, ferramentas e máquinas. E quais são as diferenças entre estes três? Os JIGs, ou gabaritos, normalmente são usados juntamente com outras ferramentas ou máquinas e são dispositivos com o principal objetivo de propiciar precisão, intercâmbio e possibilidade de repetição de uma ação para a construção de alguma coisa. As ferramentas são dispositivos usados para realizar uma tarefa específica. Por fim, as máquinas são equipamentos que utilizam alguma força, como mecânica ou elétrica, para substituir o trabalho ou movimento humano.
Como tinha poucas ferramentas e as necessidades eram muitas, estabeleci como prioridade tentar resolver as questões que mais me incomodavam ou que eu sentia falta. Então o primeiro JIG caseiro que eu fiz foi um suporte para usar a furadeira manual como uma furadeira de bancada. Lembro-me como fiquei feliz com aquele feito e quantas vezes usei aquele dispositivo com satisfação. Em seguida, fiz uma adaptação de um ciclone, usando um aspirador comum e um cone de trânsito. A poeira em suspensão de pó de serragem eram coisas que me incomodavam muito.
É lógico que eu enfrentei muitas dificuldades para realizar essas tarefas. A primeira dificuldade era ao mesmo tempo a minha motivação: a falta de ferramentas adequadas. Mas não era só isso, eu também não tinha habilidade suficiente para uma série de tarefas. Contudo, o pensamento Hobbista nos leva a ter persistência e não desanimar frente estas primeiras dificuldades. É preciso ter em mente que muitos processos inovadores vêm acompanhados de dificuldades e muitas vezes de erros. Sim, é preciso aceitar a possibilidade de errar e usar isso como aprendizagem.
Hoje em dia, passados seis anos da construção da minha primeira ferramenta caseira, eu já construí dezenas de ferramentas, JIGs e máquinas caseiras. Juntamente com estas construções eu pude melhorar as minhas capacidades em marcenaria, serralheria, elétrica, eletrônica, pintura e outras artes. Então, posso concluir que ao fazer ferramentas caseiras eu economizei dinheiro e tive muita satisfação, tanto na construção quanto no uso dessas ferramentas. Por vezes acertei, em muitas outras vezes errei, mas com certeza aprendi muito e me desenvolvi como Hobbista e como pessoa.
