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Casal que serra junto, cresce junto!

Edson Oseas- YouTube: edsonoseas / Instagram: @edson_oseas

Meu nome é Edson Oseas, sou casado há dez anos com a Kátia Muller, a quem conheci jogando truco online. Uma parceria de jogo acabou se estendendo para a vida…

Nós trabalhávamos em empregos formais, ela é formada em Pedagogia e trabalhava como recepcionista, já eu tenho a formação de designer gráfico.

A marcenaria era apenas um hobby até 2017, quando, desanimado com o emprego de operador de router CNC, decidi empreender transformando o hobby em profissão, enquanto a Kátia ficava encarregada de pagar as contas da casa.

O Plano era produzir peças em madeira, fazer vídeos para o Youtube e vender as peças online. Quando o empreendimento começasse a dar retorno, ela largaria o emprego na Assembleia Legislativa e nós tocaríamos o negócio juntos, eu na execução dos projetos da marcenaria e ela na administração dos negócios. Contudo, como se diz por aí “O Brasil não é para amadores” e o empreendimento não “deslanchou” como o esperado.

Por isso, durante 3 anos fiquei fazendo bicos para ajudar nas contas, até que em 2020 tudo mudou com a pandemia. A Kátia começou a trabalhar em “home office” e olhou para nossa pequena marcenaria com “outros olhos”. Começou fazendo um porta incenso de caxeta e não parou mais…

Foi aí que eu me dei conta que perdi minha administradora de empresas e ganhei uma “parceira na produção de serragem”

 

 

O dia dentro da marcenaria, passa sem a gente perceber, começando antes mesmo de acordarmos pela manhã.

Sonhamos com os projetos sendo executados, soluções de problemas, ideias brilhantes, etc. Quando acordamos, ficamos com a sensação de ter trabalhado a noite inteira! Durante o expediente na marcenaria a troca de ideias é constante, no começo eu tinha muito receio de ela se machucar, o que acabou gerando uma grande tensão.

Com o passar dos dias, ela foi ganhando alguns ralados nos dedos, farpas nas mãos e costumo dizer que isso “cria memórias importantes”. Na próxima vez fica quase automático você por luvas, afastar os dedos da lixa, usar óculos de proteção e protetores auriculares, ou seja, foi diminuindo a minha necessidade de constantemente lembrar de usar os EPI´s (Equipamento de Proteção Individual). Aliás, depois que ela aprendeu a trabalhar com formões bem afiados, nunca mais usou eles para remover restos de cimento do piso. 

Enquanto estamos executando alguma tarefa, o foco fica inteiramente no trabalho, às vezes passamos horas sem trocar uma só palavra.

Brincadeiras que tornam nossa convivência suave existem dentro e fora da marcenaria, mas tomamos todo cuidado para não assustar, um ao outro, quando estamos operando alguma máquina ou ferramenta.

Com o aumento da demanda de pedidos, as filmagens para o Youtube ficaram para segundo plano. No máximo alguma foto ou vídeo curto para postar no Instagram.

A solução de problemas sempre aparece da troca de ideias, costumamos discutir o processo de execução de uma peça até para o aprendizado dela e com as intervenções acabamos achando outros meios de fazer, sentimos que nos completamos.

Ela gosta muito de cuidar dos acabamentos, já eu gosto mais de projetar e executar as peças.

Ela é mais rigorosa com relação aos prazos de entrega. Eu gosto de manter o cliente atualizado do andamento do serviço.

Um é ruim de por preço e o outro é pior.

Mas não se engane, não fugimos muita aquela máxima que “em casa de ferreiro o espeto é de pau”. Um bom exemplo disso é que nosso suporte de toalha do banheiro quebrou. Por falta de tempo para fabricar um, ela comprou um pendurador de toalha na lojinha de 1,99 (de madeira). Detalhe: Tem mais de mês e ainda não foi instalado.

Em contrapartida, desde o início, nosso relacionamento é muito suave, tranquilo as “DRs” são coisas raras e não fazem parte do nosso dia a dia na marcenaria.

 

 

A dica que dou aos casais que estão se envolvendo em projetos de oficina juntos é:

3×4 pra namorar é bom, para “marceneirar” é pouco espaço.

Mas falando sério, a parceria, paciência com o aprendizado do outro e ambos seguirem na mesma direção ajuda muito o negócio e o relacionamento na oficina. Seguindo esses pequenos passos, acredito na possibilidade de envelhecer trabalhando juntos, como nos nossos sonhos.